quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Adeus você (s).


Despedidas não são fáceis, mesmo quando significam até logo. O mais engraçado é que cada uma que acontece acaba fazendo a gente lembrar de todas as outras que aconteceram um dia, geram um turbilhão em nosso sitema interno de significação. Tenho me sentido um pouco cruel por não mais chorar, mas é que elas já foram tantas e algumas tão grandes (nem sempre pela distância mas porque significavam uma ruptura maior)...a vida ensina a gente a prender o choro, um dia ele nem vem mais na garganta.
No fim da contas acho que o mais importante é aprender que as mudanças são necessárias; não dá pra avançar sem sair do lugar, não dá pra querer levar todomundoimportantesemprejuntopratodolugar.
A gente muda, as pessoas que nos cercam também e a gente tem que aprender a crescer através dos outros, ainda que seja dizendo adeus, ou até logo.
Quando vim parar longe de casa um dia, a novela das oito era Senhora do Destino. Eu nem gostava da novela, achava a abertura horrorossa, mas não me segurava quando ouvia a música tocar (por mais piegas que ela seja, chorar despedidas e separações é mesmo uma coisa piegas, de fato). Era só Maria Rita começar a pedir notícias do mundo de lá, de quem fica, pedir um abraço que eu tinha que fingir que precisava fazer uma coisa no meu quarto pra não chorar na frente de ninguém. "Além do que se vê" me emociona, lembra sempre minha mãe, minha casa e de como era feliz sermos todos nós.
Me consola pensar que se as despedidas não tivessem acontecido, se eu estivesse no mesmo lugar, não seria feliz com as escolhas que fiz, como penso ser hoje (na medida do possível). Eu não sou mais a mesma, cresci, meus objetivos também, mas embora a minha estrada vá além do que eu vejo, e o meu coração finja fazer mil viagens, ele fica sempre batendo, parado, em cada estação.




*Sendo justa, essa foto, como a maioria das postadas aqui é do site Fotografia na Net. =)

Coisinhas pra ouvir nessa hora:

Cartão Postal (Rita Lee)
Um Pequeno Imprevisto (Paralamas)
Naquela Estação (Adriana Calcanhoto)

4 comentários:

Anônimo disse...

vc realmente precisa de algo etílico...

Amanda Luz disse...

:'-(

Seu texto me emocionou..

Michele Louvores disse...

Poxa... seu eu tivesse lido naquela semana, teria morrido de desidratação lacrimal.

Lindo, Val!

Anônimo disse...

Não sei por que cargas d'agua seu post me tocou tanto. Bonito, de fato, mas também bem complex. Mas talvez tenha sido por ter visto miragens minhas de outrora..

um dia, numa das minhas crises de adolescente, sem mt gente p conversar (jaco era assim pra mim), um proft disse (e eu so tinha 14 anos): "No espaço e no tempo todas as coisas mudam, nada tem forma permanente. Modificar-se e superar os obstáculos é o início da sabedoria e está em coerência com as leis do universo. Á ÚNICA COISA PERMANENTE É A IMPERMANÊNCIA".

Jamais desista dos seus sonhos e do tropeço faça um degrau cada vez maior para a levitação.. (aff, viajei..). Mas é isso, moça. É bom te ver conquistanto espaços, sorrindo e entre um instante e outro aprendendo insistentemente..

xero p vc.. espero q um dia, nessa baía grande, a gente se encontre pra trocar figurinha.. =p né?? moramos tão perto e às vezes tão longe...