Vênus passou por mim?

Je suis ici
Je suis dedans
Je suis debout
Je ne sais de rien.

Distraída. É assim sempre e em todo lugar. Mesmo escrevendo os contos que contam ou não de coisas que não se vive distraidamente, é sempre distraída que a vida me passa.

É distraída que ouço as canções e nem sempre percebo o que elas dizem até que de repente, elas fazem mais sentido que qualquer outra coisa. Distraída me passam os carros na janela e ao meu lado, os dias de sol e chuva que variam entre si numa rapidez que nem se nota. Distraída passeio pelas 15 abas abertas no desktop – entre chats, websites, blogs – e não chego a me concentrar mesmo em nenhuma. Ainda distraída, e surpreendentemente distraída, consigo ler todos os textos da semana – artigos, revistas, contos, ensaios, matérias e o que mais estiver à mão – e lembrar deles quando necessário.

Sem correr, bem devagar, distraída mesmo, espero a felicidade chegar pra mim. Sem correr, sem suspeitar.
Preciso aprender a reconhecer o despertar de um sonho bom...acho que ando destraída demais