Minha relação com o samba se fez entre a melodia e a viola: eu comecei a ouví-lo com Luís Melodia e Paulinho da Viola - e o samba é a coisa que me faz dançar por dentro.
Eu gosto muito do Paulinho da Viola. Da voz, do jeito pacato, mas especialemente do dom que ele tem pra falar de coisas que a gente sente de um jeito tão estranho, tão indizível - e ele diz. Ele diz da pausa de mil compassos que às vezes é tudo que a gente precisa, mesmo que não existam meninas a serem vistas; ele diz da solidão que dança dentro da gente e da dor que é minha só, que não se compartilha.
Eu hoje tava lendo a vida simples e por acaso ele tava lá, numa matéria sobre a ansiedade da vida moderna. Eu fui ler a matéria por causa da tal ansiedade mas tinha o Paulinho da viola, o sinal fechado e eu saí do site pensando em tanta coisa diferente, mas especialmente na coisa mais chata de viver correndo, querendo muita coisa - minha mãe me dizia que quem tudo quer nada tem. Deu saudade das pessoas que eu não vejo mais, das coisas que já não tenho tempo de fazer, e eu não conheço nada que fale de melancolia com mais propriedade do que o samba e é ele quem vai me acompanhar essa semana. É bom pensar que seguir caminhos diferentes é necessário, acontece, faz parte da vida, mas é um saco pensar que daqui a dez anos seus melhores amigos podem estar muito longe.
Vou voltar pro samba que ele não me abandona. E me faz sentir mais forte que é disso que se faz a vida - de saudade, paixão, compassos às vezes descompassados (como os dos meus pezinhos tentando sambar), mas especialmente de uma melodia doce, de um vai-e-vem leve. Um dia espero entender que meu tempo é hoje - e que ele é feito inclusive do ontem, mas não depende dele. Aos amigos de ontem, hoje e de amanhã, um clássico de Paulinho na voz que consagrou a música, de Toquinho. Hoje um rio passou na minha vida e o meu coração se deixou levar.
Eu gosto muito do Paulinho da Viola. Da voz, do jeito pacato, mas especialemente do dom que ele tem pra falar de coisas que a gente sente de um jeito tão estranho, tão indizível - e ele diz. Ele diz da pausa de mil compassos que às vezes é tudo que a gente precisa, mesmo que não existam meninas a serem vistas; ele diz da solidão que dança dentro da gente e da dor que é minha só, que não se compartilha.
Eu hoje tava lendo a vida simples e por acaso ele tava lá, numa matéria sobre a ansiedade da vida moderna. Eu fui ler a matéria por causa da tal ansiedade mas tinha o Paulinho da viola, o sinal fechado e eu saí do site pensando em tanta coisa diferente, mas especialmente na coisa mais chata de viver correndo, querendo muita coisa - minha mãe me dizia que quem tudo quer nada tem. Deu saudade das pessoas que eu não vejo mais, das coisas que já não tenho tempo de fazer, e eu não conheço nada que fale de melancolia com mais propriedade do que o samba e é ele quem vai me acompanhar essa semana. É bom pensar que seguir caminhos diferentes é necessário, acontece, faz parte da vida, mas é um saco pensar que daqui a dez anos seus melhores amigos podem estar muito longe.
Vou voltar pro samba que ele não me abandona. E me faz sentir mais forte que é disso que se faz a vida - de saudade, paixão, compassos às vezes descompassados (como os dos meus pezinhos tentando sambar), mas especialmente de uma melodia doce, de um vai-e-vem leve. Um dia espero entender que meu tempo é hoje - e que ele é feito inclusive do ontem, mas não depende dele. Aos amigos de ontem, hoje e de amanhã, um clássico de Paulinho na voz que consagrou a música, de Toquinho. Hoje um rio passou na minha vida e o meu coração se deixou levar.
3 comentários:
to aqui viu?
Idem.
Depois desse post eu percebi que o youtube tá dominando esse blog...
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